Durante o governo Trump, milhares de brasileiros tiveram seus vistos cancelados, incluindo Mozart Júlio Tabosa Sales e Alberto Kleiman. Ambos foram proibidos de entrar nos Estados Unidos por participarem da implantação do programa Mais Médicos, em 2013, no governo Dilma Rousseff.
O cancelamento dos vistos ocorreu sem aviso prévio, trazendo incertezas e dificuldades para os afetados, especialmente profissionais ligados à saúde pública.
Quem são Mozart Sales e Alberto Kleiman
Mozart Sales
Mozart Júlio Tabosa Sales é secretário de Atenção Especializada à Saúde, médico formado pela Universidade de Pernambuco, com especialização em Medicina Legal e doutorado em Saúde Integral pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip). Servidor concursado do Hospital Universitário Oswaldo Cruz desde 1999, também atua como médico legista no Instituto de Medicina Legal de Pernambuco. Foi vereador do Recife entre 2004 e 2008 e presidiu a Comissão de Saúde da Câmara Municipal. No governo federal, ocupou cargos no Ministério da Saúde, incluindo o de secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde entre 2012 e 2014, período em que participou da criação do programa Mais Médicos.
Alberto Kleiman
Atualmente, Alberto Kleiman é diretor da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para a COP 30. Até setembro de 2024, atuou na organização do evento pela Secretaria Extraordinária para a COP 30, vinculada à Casa Civil. Kleiman trabalhou em Relações Internacionais em diferentes gestões do PT na Prefeitura de São Paulo e na Presidência da República, chegando ao Ministério da Saúde em abril de 2012, durante o governo Dilma Rousseff. Permaneceu à frente do Departamento Internacional do Ministério até janeiro de 2015.
O programa Mais Médicos
Criado em 2013 pelo governo Dilma Rousseff, o programa Mais Médicos tinha como objetivo levar profissionais de medicina às periferias urbanas e municípios do interior. O programa foi alvo de críticas da oposição e de entidades médicas por permitir a atuação de médicos estrangeiros, principalmente cubanos, em parceria com a Organização Panamericana de Saúde (Opas), ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS).
No governo Jair Bolsonaro, o programa foi renomeado para “Médicos pelo Brasil” e a participação dos cubanos foi encerrada em 2018, após decisão do governo de Cuba. Desde então, médicos cubanos só podem atuar no Brasil mediante validação do diploma. O Mais Médicos foi relançado em 2023 e atualmente conta com cerca de 24,7 mil médicos em 4,2 mil municípios. No edital mais recente, 3.173 médicos iniciaram atividades em 1.618 municípios e 26 Distritos Sanitários Especiais Indígenas em julho de 2025. O programa prioriza médicos brasileiros registrados no CRM, brasileiros formados no exterior e estrangeiros habilitados.