Parlamentares de oposição realizaram um protesto nesta terça-feira (5) no Congresso Nacional contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Durante o ato, deputados e senadores ocuparam as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado e usaram esparadrapos na boca, simbolizando o que consideram uma tentativa de silenciamento das vozes contrárias ao governo federal.
Protesto e reação no Congresso
O protesto foi organizado por partidos de oposição que classificaram a prisão de Jair Bolsonaro como política e injusta. Os parlamentares afirmaram que só deixariam o local quando o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), colocasse em pauta pedidos de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes.
A manifestação gerou debates acalorados entre deputados e senadores, com manifestações tanto de apoio quanto de repúdio ao ato. O uso do esparadrapo na boca pelos opositores foi uma forma simbólica de protesto, representando o que consideram uma tentativa de silenciamento das vozes da oposição.
Diante da mobilização, as sessões da Câmara dos Deputados e do Senado previstas para o dia foram canceladas. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou o encerramento da sessão por meio das redes sociais e informou que convocará uma reunião de líderes para tratar da pauta de votações.
Repercussão e posicionamentos
Em nota, Davi Alcolumbre criticou a atitude dos parlamentares da oposição, classificando a mobilização como “exercício arbitrário das próprias razões”. Ele pediu “serenidade” e “espírito de cooperação” para que “o bom senso prevaleça”. Alcolumbre ressaltou a necessidade de retomar os trabalhos com respeito, civilidade e diálogo, para que o Congresso siga cumprindo sua missão em favor da população.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, também se posicionou durante um evento na Paraíba. Ele afirmou que decisões judiciais devem ser respeitadas e que não cabe à Presidência da Câmara fazer juízo de valor sobre o conteúdo da medida. “Eu penso que o legítimo direito de defesa tem que ser respeitado, que é um direito de todos, mas que decisão judicial deve ser cumprida”, declarou Motta.