O Kremlin afirmou nesta sexta-feira (4) que deu atenção à declaração do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre sua decepção com Moscou após ligação com Vladimir Putin. Trump expressou frustração ao perceber que o líder russo não pretende encerrar a guerra na Ucrânia. O porta-voz Dmitry Peskov confirmou que Moscou acompanha atentamente as falas do presidente norte-americano.
Reação do Kremlin e declarações de Trump
Na quinta-feira (3), após uma conversa telefônica com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, Donald Trump afirmou estar “muito decepcionado” com a postura do governo russo em relação ao conflito na Ucrânia. “Fiquei muito decepcionado com a conversa que tive hoje com o presidente Putin. Não acho que ele esteja pensando em parar”, declarou Trump, ressaltando sua tentativa de intermediar o fim da guerra, que já dura mais de três anos.
Nesta sexta, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou que Moscou deu atenção à declaração de Trump. “Claro, prestamos muita atenção à declaração de Trump”, disse Peskov ao ser questionado por repórteres sobre o posicionamento do governo russo diante das falas do presidente dos EUA. Trump também anunciou que conversaria com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ainda nesta sexta-feira.
Ataques intensificados após contato entre líderes
Um dia após o telefonema entre Trump e Putin, a Rússia realizou o maior bombardeio à Ucrânia desde o início da guerra, de acordo com autoridades ucranianas. Segundo a força aérea da Ucrânia, foram lançados 539 drones e 11 mísseis, dos quais 270 drones e dois mísseis foram destruídos pelas defesas ucranianas. O presidente Zelensky classificou o ataque como “um dos maiores e mais cínicos” já registrados.
Zelensky destacou que, sem “pressão em larga escala”, a Rússia não mudará seu comportamento, considerado por ele “estúpido e destrutivo”. O líder ucraniano enfatizou que essa pressão depende principalmente de países parceiros, especialmente dos Estados Unidos. Por sua vez, a Rússia afirmou ter destruído 48 drones lançados pela Ucrânia, sinalizando a continuidade dos confrontos intensos na região.