O dólar iniciou a sexta-feira (4) em alta de 0,22%, cotado a R$ 5,4169, após o Congresso dos EUA aprovar o pacote orçamentário de Trump. Investidores monitoram o fim da suspensão do tarifaço americano e os desdobramentos da derrubada do aumento do IOF no Brasil.
O presidente Lula defendeu recorrer ao STF para manter o aumento do IOF, enquanto o mercado avalia os impactos das decisões nos EUA e no cenário econômico brasileiro.
Reação dos mercados e panorama internacional
Na abertura desta sexta-feira, o dólar subiu para R$ 5,4169, refletindo o ambiente de cautela global. O Ibovespa inicia suas negociações às 10h, após fechar na véspera com alta recorde de 140.928 pontos. O pacote fiscal aprovado pelo Congresso dos EUA prevê cortes de impostos, aumento de gastos públicos e pode elevar a dívida americana em US$ 3,3 trilhões na próxima década.
O presidente Donald Trump, que deve sancionar o projeto até o fim do dia, incluiu medidas como aumento de gastos militares, cortes em programas sociais e novas isenções fiscais. O Escritório de Orçamento do Congresso estima que a dívida pública dos EUA pode chegar a R$ 18 trilhões adicionais.
Outro fator de atenção é o fim do prazo de suspensão do tarifaço. Trump anunciou que os EUA começarão a enviar cartas a países especificando novas tarifas sobre exportações, com taxas entre 20% e 30%. A União Europeia e o Canadá buscam negociar alívios, mas o mercado teme aumento de preços e inflação global.
Indicadores econômicos
O dólar acumula queda de 1,43% na semana, 0,53% no mês e 12,54% no ano. O Ibovespa, por sua vez, acumula altas de 2,97% na semana, 1,49% no mês e 17,16% no ano.
Dados recentes da economia dos EUA
O Departamento do Trabalho informou que a taxa de desemprego caiu para 4,1% em junho, com geração de 147 mil empregos, superando expectativas. Apesar disso, o ritmo de crescimento do emprego desacelera e o déficit comercial subiu 18,7% em maio, atingindo US$ 71,5 bilhões. O setor de serviços e a indústria mostram sinais de recuperação.
Contexto brasileiro e disputa sobre IOF
No Brasil, a derrubada do aumento do IOF pelo Congresso segue em destaque. O presidente Lula defendeu judicializar a questão no STF, afirmando que “se eu não for à Suprema Corte, eu não governo mais o país”. O ministro Fernando Haddad reforçou que o governo não deixou as negociações e ressaltou a necessidade do aumento do IOF para fechar as contas de 2025.
Segundo a equipe econômica, a revogação do decreto pode causar perda de R$ 10 bilhões em arrecadação este ano. Especialistas alertam para possíveis bloqueios no Orçamento de 2025. O governo também aposta em aprovar a Medida Provisória que eleva a tributação sobre apostas eletrônicas, criptoativos e fintechs, além de cortar R$ 15 bilhões em benefícios fiscais.
Perspectivas para os mercados
O mercado segue atento à política de juros do Federal Reserve. O presidente Jerome Powell afirmou que o Fed espera mais dados antes de decidir sobre cortes de juros, ignorando pressões de Trump. O cenário global de inflação e tarifas pode impactar a economia americana e mundial, enquanto o Brasil lida com desafios fiscais internos.
Com o feriado do Dia da Independência nos EUA, a liquidez deve ser reduzida nesta sexta-feira, aumentando a volatilidade dos mercados locais.