O Senado dos Estados Unidos aprovou, em votação apertada, o novo pacote econômico proposto por Donald Trump. O projeto prevê cortes de impostos, redução de verbas para saúde e educação, aumento de gastos com defesa e políticas anti-imigração. A medida ainda precisa ser analisada pela Câmara dos Representantes.
Além disso, o texto revoga incentivos à energia limpa e cria isenções fiscais para gorjetas e horas extras. O pacote inclui mudanças profundas em programas sociais e amplia o controle migratório nas fronteiras.
Principais pontos do pacote aprovado
O pacote aprovado pelo Senado prevê a extensão dos cortes de impostos iniciados em 2017, durante o primeiro mandato de Trump. Entre as medidas, estão a redução de verbas para programas sociais como o Medicaid (saúde pública) e assistência alimentar, além do aumento dos gastos em defesa e políticas anti-imigração.
O texto mantém cortes de impostos para empresas e trabalhadores, com redução estimada em US$ 4 trilhões. Entre os benefícios fiscais, há isenção temporária de impostos sobre gorjetas e horas extras, além de deduções para idosos e empresas. O projeto também propõe elevar impostos sobre rendimentos de fundos universitários e restringir créditos de saúde para imigrantes sem green card.
Na área de defesa, o plano reserva US$ 150 bilhões para investimentos, incluindo construção naval e o sistema de defesa espacial “Golden Dome”. Para políticas anti-imigração, estão previstos US$ 175 bilhões, com destaque para novos centros de detenção, como o “Alligator Alcatraz” na Flórida.
Em relação à energia, o pacote revoga incentivos criados no governo Biden para fontes renováveis, como solar, eólica e veículos elétricos. O crédito de US$ 7,5 mil para carros elétricos deve acabar até o fim de 2025, afetando o setor e aumentando a prioridade para combustíveis fósseis.
Impactos sociais e reações
A proposta endurece as regras para acesso a programas sociais. Adultos sem filhos e sem deficiência precisarão comprovar 80 horas de trabalho mensais para ter direito ao Medicaid, o que pode afetar milhões de beneficiários. Analistas alertam para o aumento de gastos das famílias de baixa renda com saúde e alimentação.
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, criticou o projeto, afirmando que ele “arranca o acesso à saúde de milhões e tira comida da boca de crianças com fome”. A senadora republicana Susan Collins votou contra a proposta devido aos cortes “muito profundos” no Medicaid.
Especialistas do setor de energia destacam que o fim dos incentivos à energia limpa pode elevar as emissões de carbono e prejudicar a competitividade dos EUA em setores inovadores. O empresário Elon Musk, da Tesla, também criticou a medida, que acelerou seu rompimento com o governo Trump.
O pacote ainda prevê uma redução de US$ 330 bilhões em empréstimos estudantis em 10 anos, com cortes em programas de pagamento vinculados à renda e limites para pós-graduação, o que representa um impacto significativo na educação superior.