No dia em que o governo Lula enfrentou derrota na Câmara, Arthur Lira (PP-AL) esteve presente e articulou para adiar a votação da isenção do Imposto de Renda para mães solo. Ele argumentou que, no atual clima, a proposta seria aprovada sem contrapartida, tornando-a ilegal. Lira também alinhou com a equipe econômica o adiamento do relatório sobre a isenção para quem ganha até R$ 5 mil, buscando um ambiente mais favorável para o debate.
Movimentações de Arthur Lira no plenário
Durante a sessão que marcou a derrota do governo no plenário da Câmara dos Deputados, Arthur Lira circulou entre os parlamentares e interveio diretamente para evitar a aprovação imediata da proposta de isenção do Imposto de Renda para mães solo com renda de até R$ 5 mil. Lira argumentou com deputados que, diante do clima desfavorável ao governo, a medida passaria facilmente, mas sem a necessária contrapartida, o que poderia torná-la ilegal.
Simultaneamente, Lira relatou a aliados que havia se reunido com a equipe econômica para discutir o projeto de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil. Segundo ele, “era melhor esperar um pouco mais”, pois o relatório não seria adequadamente debatido naquele momento, podendo prejudicar o governo.
Questionado sobre sua postura, Lira afirmou que buscava criar um clima tranquilo para a votação de seu relatório, que trata da isenção do IR para salários de até R$ 5 mil mensais.
Detalhes do projeto de isenção
O projeto, de autoria do governo Lula, prevê isenção total do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês, ou R$ 60 mil anuais. Para compensar a perda de arrecadação, o governo propõe taxação adicional para quem ganha acima de R$ 50 mil mensais (R$ 600 mil por ano), medida que ainda depende de aprovação do Congresso e não entraria em vigor em 2025.
A proposta é considerada uma das principais promessas de campanha do presidente Lula e aposta do governo para ampliar sua popularidade. Quem recebe entre R$ 7 mil e R$ 50 mil mensais seguirá a tabela atual do IR, sem novos benefícios ou taxações extras.
O texto ainda pode receber emendas durante as discussões na comissão especial e pode ser alterado pelo relator antes de ir ao plenário. Auxiliares de Lula elogiam a atuação de Lira, destacando sua clareza e cumprimento de acordos, em contraste com o atual presidente da Câmara, Hugo Motta, que recentemente impôs derrota ao governo ao derrubar o decreto do IOF.