Fernando Haddad classificou como fracasso o ato organizado por Jair Bolsonaro em São Paulo, ocorrido no domingo (29). O ministro da Fazenda também defendeu Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que ele nunca pediu anistia durante sua prisão.
As declarações foram feitas nesta segunda-feira (30), durante evento no Palácio do Planalto, após o ex-presidente Lula ser alvo de ataques no ato bolsonarista.
Repercussão do ato de Bolsonaro em São Paulo
Durante entrevista, Fernando Haddad avaliou que a manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro não atingiu o objetivo esperado, registrando baixa adesão popular. Segundo metodologia do Monitor do Debate Político do Cebrap em parceria com a ONG More in Common, o ápice do evento reuniu 12,4 mil pessoas na Avenida Paulista.
Haddad destacou que o resultado demonstra perda de apoio ao ex-presidente. “Eu não posso deixar de mencionar o ataque que o senhor [Lula] sofreu do seu antecessor [Bolsonaro] nas redes sociais, que talvez tenha acordado chateado pelo fracasso do evento na paulista ontem [domingo] e resolveu lhe atacar”, afirmou Haddad.
Defesa de Lula sobre anistia
O ministro também saiu em defesa de Lula, ressaltando que o presidente nunca solicitou anistia durante o período em que esteve preso em Curitiba (PR), por conta de processos da Operação Lava Jato. Haddad classificou como infundadas as acusações de que Lula teria buscado perdão judicial.
Durante a manifestação, apoiadores de Bolsonaro defenderam o perdão a condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, medida que poderia beneficiar o próprio ex-presidente, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe.
Críticas de Haddad à política fiscal de Bolsonaro
Em seu discurso no Palácio do Planalto, Fernando Haddad também criticou Jair Bolsonaro por não ter “moral” para falar sobre aumento de impostos. Segundo o ministro, o governo anterior deixou brechas para que “o andar de cima” não pagasse tributos.
Haddad afirmou: “Nós vamos fechar todas as brechas que são criadas por jabutis. No Brasil o jabuti é órfão de pai e de mãe. Ninguém assume a paternidade de um jabuti, ele aparece em uma lei em geral para favorecer um grande empresário”.
O ministro indicou que pretende manter a política fiscal voltada ao aumento da arrecadação tributária. “Pode gritar, pode falar, vai chegar o momento de debater, nós não podemos nos intimidar na busca por justiça”, concluiu Haddad.