O governo dos Estados Unidos enfrenta um novo shutdown após o Congresso não aprovar o orçamento até a meia-noite de quarta-feira (1º). Serviços públicos essenciais e o funcionamento de museus, aeroportos e benefícios sociais serão impactados.
Milhares de servidores entram em licença, enquanto outros seguem trabalhando sem salário. O setor de turismo e o controle aéreo já alertam para atrasos e restrições.
Consequências imediatas do shutdown
O shutdown, 15º desde 1981, ocorre quando o governo é impedido de gastar sem aprovação orçamentária. A paralisação mais longa, entre 2018 e 2019, durou 35 dias no governo Trump. Agora, milhares de servidores serão afastados, e quem atua em funções essenciais, como controle aéreo, pode ter salários suspensos até a normalização do orçamento.
A Administração Federal de Aviação (FAA) informou que 11 mil funcionários serão enviados para casa, enquanto 13 mil controladores de tráfego aéreo seguirão trabalhando sem receber. O déficit atual é de 3.800 controladores, agravando possíveis atrasos nos voos. No shutdown anterior, houve filas maiores e redução do tráfego aéreo em Nova York.
Turistas também sentirão os efeitos: parques nacionais, museus e zoológicos federais devem fechar ou restringir serviços. A Estátua da Liberdade e o National Mall terão visitas interrompidas.
Impactos internos e políticos
Apesar da paralisação, pagamentos de aposentadorias, benefícios de invalidez e programas de saúde continuam funcionando. O Serviço Postal opera normalmente, pois não depende do orçamento do Congresso. Programas de assistência alimentar seguem até esgotarem recursos. Tribunais federais e a Receita Federal podem ter operações limitadas se o shutdown persistir.
Agentes do FBI, Guarda Nacional, patrulhas de fronteira e fiscalização de imigração seguem em atividade. No Pentágono, mais da metade dos 742 mil civis será afastada. Visitas de autoridades estrangeiras devem ser canceladas, mas 2 milhões de militares permanecem em serviço. Contratos fechados antes do shutdown continuam válidos, e o Departamento de Guerra pode solicitar suprimentos para garantir a segurança nacional.
O shutdown pode atrasar a divulgação de dados econômicos, afetando políticas públicas e investidores, além de limitar empréstimos e serviços para pequenas empresas.
Batalha política
O último shutdown custou US$ 3 bilhões à economia dos EUA. Desta vez, o impasse gira em torno da saúde: democratas querem a extensão de programas de assistência médica, enquanto republicanos defendem que saúde e orçamento sejam tratados separadamente. Chuck Schumer, líder democrata no Senado, criticou o projeto de Trump, enquanto o senador John Thune acusou os democratas de usarem o orçamento como moeda de troca eleitoral.