O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, decidiu evitar negociações com a Câmara dos Deputados sobre o PL da Dosimetria, travando o andamento do projeto. O relator, deputado Paulinho da Força, afirmou que não há previsão para apresentação do texto ou votação. O impasse envolve mudanças no acordo de tramitação e resistência à anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O principal motivo do bloqueio é o descontentamento de Davi Alcolumbre com a decisão da Câmara de iniciar a tramitação do PL da Dosimetria por lá, contrariando o acordo inicial que previa o início pelo Senado. Com a tramitação na Câmara, a palavra final fica com os deputados, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro possui mais apoio.
Além disso, um grupo de senadores liderados por Renan Calheiros, Otto Alencar e Omar Aziz já se posicionou contra qualquer proposta que inclua anistia ou redução significativa de pena para Bolsonaro. Renan Calheiros declarou: “Vamos dar ao PL da dosimetria o mesmo destino da PEC da Blindagem”.
Na Câmara, articuladores reconhecem a dificuldade de avançar com o texto, especialmente diante da pressão do PL por uma anistia ampla. Um interlocutor do presidente da Câmara, Hugo Motta, admitiu que “do jeito que está, o projeto não irá avançar de jeito nenhum”. Motta busca priorizar pautas positivas, como a isenção do IR, para evitar mais desgaste político.
O senador Ciro Nogueira afirmou em entrevista que não há votos suficientes no Senado para aprovar uma anistia e que o foco deveria ser a votação do PL da Dosimetria. Apesar disso, o PL, alinhado a Bolsonaro, mantém a defesa de uma anistia ampla, geral e irrestrita.
Aliados do ex-presidente reconhecem que o projeto perde força a cada dia no Congresso, diante da resistência dos senadores e da falta de consenso entre as lideranças das duas Casas. O cenário indica que o impasse pode se prolongar, dificultando qualquer avanço significativo sobre o tema no curto prazo.