O reconhecimento do Estado palestino já foi oficializado por mais de 140 países, incluindo nações da África, Ásia, América Latina e, mais recentemente, Europa Ocidental.
Desde o início da guerra em Gaza, em 2022, países como Canadá, Austrália e Reino Unido formalizaram o reconhecimento, ampliando a lista de apoiadores.
O tema gera reações divergentes entre potências ocidentais, organizações internacionais e países do Oriente Médio.
Reconhecimento global e avanços diplomáticos
A maior parte dos países que reconhecem a Palestina está localizada na África, Ásia e América Latina, incluindo China, Índia, Brasil e Rússia, além da maioria dos países árabes e africanos.
O reconhecimento ganhou força após a declaração de independência feita pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em novembro de 1988, com apoio inicial de países comunistas e não alinhados, como União Soviética, Iugoslávia e Índia.
Na década de 1990, nações da Ásia Central, África do Sul, Filipinas e Ruanda estabeleceram relações diplomáticas com a Palestina. Nos anos 2000, Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela também aderiram ao reconhecimento.
Em 2010, o Brasil reconheceu o Estado palestino dentro das fronteiras de 1967, incluindo Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental como capital. Em 2011, a Palestina foi admitida como membro pleno da Unesco, e a Islândia tornou-se o primeiro país da Europa Ocidental a reconhecer formalmente o Estado palestino, seguida pela Suécia em 2014.
Organizações internacionais e ONU
Desde 2012, a Palestina é reconhecida como Estado observador não-membro pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em maio de 2024, 143 dos 193 membros da Assembleia Geral da ONU votaram a favor de uma resolução para reconhecer a condição de Estado palestino, mas a adesão plena depende do Conselho de Segurança, onde os Estados Unidos vetaram a proposta em abril de 2024.
Reações e posicionamentos internacionais
O reconhecimento recente por Canadá, Austrália e Reino Unido foi considerado simbólico, pois são as primeiras nações do G7 a tomar essa decisão. A Espanha, Noruega, Irlanda e países do Oriente Médio, como Arábia Saudita, também anunciaram reconhecimento em maio de 2024, recebendo elogios da Autoridade Palestina.
Por outro lado, Israel e os Estados Unidos condenam os reconhecimentos, alegando que legitimam o grupo Hamas, classificado por eles e pela União Europeia como organização terrorista. Durante o governo Trump, os EUA revogaram vistos de membros da Autoridade Palestina e da OLP antes da Assembleia Geral da ONU.
Em 2024, Bahamas, Trinidad e Tobago, Jamaica e Barbados também reconheceram a Palestina. O México demonstrou apoio e abriu embaixada nos territórios palestinos. A Bolívia cortou relações com Israel em 2023 devido à guerra em Gaza, e a Colômbia, que já reconhecia a Palestina desde 2018, reduziu relações políticas e econômicas, abrindo embaixada em Ramallah.
Países que evitam reconhecimento
Nações da Europa Ocidental, Japão e Coreia do Sul apoiam a solução de dois Estados, mas condicionam o reconhecimento a um acordo de paz abrangente. A Alemanha, uma das maiores apoiadoras de Israel na União Europeia, mantém posição contrária, apesar de sua antecessora, a Alemanha Oriental, ter reconhecido a Palestina antes de 1990. O chanceler Friedrich Merz considera o reconhecimento um passo final para a solução de dois Estados.