As vendas de carros zero km no Brasil aumentaram 16% em 2025, resultado do programa Carro Sustentável e da crescente busca por veículos menos poluentes, segundo a Anfavea.
O incentivo fiscal reduziu o IPI para modelos populares, favorecendo o segmento de elétricos, híbridos e biocombustíveis. O setor também registrou alta na produção e nas exportações, com impacto positivo no emprego.
Crescimento do mercado e impacto do programa Carro Sustentável
A adoção de veículos sustentáveis, como elétricos, híbridos e movidos a biocombustíveis, ganhou força no Brasil em 2025. Consumidores buscam tecnologia avançada, menor impacto ambiental e benefícios fiscais. O programa Carro Sustentável reduziu o IPI, levando a um crescimento de 16,7% nas vendas de automóveis, conforme dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Segundo Igor Calvet, presidente da Anfavea, “O carro sustentável foi super importante para o segmento de leves, como um todo. Em algumas semanas, pudemos observar um aumento de 16,7% nas vendas dos automóveis habilitados no programa. É um dado super importante e precisamos comemorar”. O programa está em vigor desde 11 de julho de 2025, e em julho foram emplacadas 509 unidades por dia de veículos homologados, ante 437 por dia no mesmo mês de 2024.
A produção de veículos no país também cresceu 6,1% nos sete primeiros meses de 2025, passando de 1.384.602 para 1.469.326 unidades. De junho para julho, a alta foi de 15,7%, com 237.835 veículos produzidos em julho.
Exportações e geração de empregos
O crescimento das exportações, principalmente para a Argentina, impulsionou o setor. Em 2025, cerca de 20% da capacidade das fábricas brasileiras foi destinada a mercados externos, contra 14% em 2024. Isso resultou na criação de 400 postos de trabalho em julho, revertendo dois meses de queda. O setor emprega atualmente 109,1 mil pessoas.
Tendências, desafios e projeções
Os veículos elétricos e híbridos já representam 10,9% do mercado nacional, frente a 6,7% em julho de 2024, um avanço de 62,68%. A Anfavea destaca o crescimento dos híbridos produzidos localmente e a confiança do consumidor nessas tecnologias.
Principais destinos e origens do comércio automotivo
Os países que mais compraram veículos brasileiros foram Argentina (183.905 unidades), México (43.074), Colômbia (25.865), Uruguai (19.175), Chile (14.762) e outros (25.342). Já as importações vieram principalmente da Argentina (121.479), China (87.862), México (18.321), Alemanha (14.480), Uruguai (10.020), Tailândia (4.224) e outros (17.406).
Marcas chinesas como BYD, GWM e Chery já montam veículos no Brasil. O governo zerou o imposto de importação por seis meses para elétricos e híbridos desmontados ou semimontados, gerando impasse com a Anfavea, que defende a produção local para manter empregos e valor agregado.
Igor Calvet afirma: “Nossa preocupação continua, pois trata-se de um modelo operacional que não promove a industrialização… Espero, sim, que a BYD venha ao país, traga investimentos, aumente a concorrência e introduza novas tecnologias”.
Projeções para 2025
A Anfavea revisou a previsão de crescimento do emplacamento de veículos de 6,6% para 5,6%, com estimativa de 2,5 milhões de unidades. Por outro lado, a projeção de exportações subiu de 405 mil para 518 mil veículos leves e pesados. As expectativas consideram crescimento do PIB de 2,3%, taxa de juros de 15% e queda do desemprego.