O STF autorizou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, a visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar em Brasília. O pedido, feito ao ministro Alexandre de Moraes, foi fundamentado em amizade e razões político-institucionais e humanitárias. A visita está prevista para quinta-feira, 7 de agosto.
Tarcísio comprometeu-se a seguir todas as determinações judiciais durante o encontro. A defesa de Bolsonaro confirmou interesse na visita, que se estende a outros aliados.
Pedido formal e decisão do STF
O governador Tarcísio de Freitas enviou petição ao ministro Alexandre de Moraes na terça-feira (5), destacando ser “correligionário e amigo” de Jair Bolsonaro e alegando motivos “político-institucionais” e “humanitários” para a visita. No documento, Tarcísio assumiu compromisso de cumprir todas as exigências do juízo durante o encontro, agendado para 7 de agosto.
Após o pedido, Moraes solicitou que a defesa de Bolsonaro confirmasse o interesse na visita do governador paulista e de outras cinco pessoas, incluindo a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, e o deputado federal Luciano Zucco. O ministro havia determinado, desde a decretação da prisão domiciliar em 18 de julho, que visitas ao ex-presidente só ocorreriam mediante autorização prévia do Supremo, exceto advogados. Nesta quarta, Moraes flexibilizou a regra para familiares, permitindo visitas de filhos, cunhadas e netos sem necessidade de autorização.
Relação política e atritos recentes
Tarcísio e Bolsonaro mantêm amizade desde o período em que o atual governador foi ministro dos Transportes. O apoio de Bolsonaro foi fundamental para a eleição de Tarcísio ao governo paulista em 2022, e o ex-presidente costuma se hospedar na sede do governo quando visita São Paulo.
No entanto, a relação sofreu abalos após a imposição de tarifas de 50% pelo governo Donald Trump, que afetaram empresas paulistas e geraram atrito entre Tarcísio e Eduardo Bolsonaro. O governador inicialmente culpou o governo Lula, mas depois criticou a sobretaxa, sendo chamado por Eduardo de “subserviente às elites”. Após trocas públicas, ambos buscaram reconciliação.
Desde então, Tarcísio tem evitado eventos e entrevistas ligadas ao grupo bolsonarista, mas saiu em defesa de Bolsonaro ao classificar a prisão domiciliar decretada por Moraes como “absurda”. A medida foi motivada pelo uso de redes sociais de aliados, incluindo filhos parlamentares, para divulgar mensagens, descumprindo restrições judiciais.