O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta quinta-feira (7) a intenção de ocupar toda a Faixa de Gaza ao fim da guerra, sem anexar o território. Netanyahu afirmou que criará um órgão temporário para governar Gaza e estabelecerá um perímetro de segurança ao redor da região.
Segundo o premiê, as Forças Armadas israelenses administrarão Gaza até que haja condições para um governo local. A decisão foi comunicada em Tel Aviv e será discutida com o gabinete israelense ainda nesta quinta-feira.
Decisão e justificativas
Durante coletiva em Tel Aviv, Benjamin Netanyahu declarou: “Nós não queremos ficar com Gaza, queremos um perímetro de segurança”. O premiê detalhou que o plano prevê a criação de um órgão para governar temporariamente o território após a guerra, enquanto as Forças Armadas de Israel assumem o controle administrativo até que se estabeleça um governo local.
Em entrevista à Fox News, Netanyahu reforçou que pretende controlar toda a Faixa de Gaza, mas sem anexar o território, reiterando: “Pretendemos (tomar o controle), mas não ficar com o território. Queremos criar um perímetro de segurança, mas não queremos governá-la”.
Reação interna
Segundo a rede israelense i12, Netanyahu planeja expandir a ofensiva militar até tomar toda a Faixa de Gaza. O premiê deve comunicar oficialmente a decisão ao gabinete ainda nesta quinta-feira. No entanto, há resistência: o chefe de gabinete das Forças Armadas já manifestou discordância e afirmou que não pretende executar o plano. Netanyahu chegou a ameaçar demitir o comandante.
Detalhes do plano e histórico
O plano inclui a entrada das Forças Armadas israelenses em áreas da Faixa de Gaza onde o serviço de inteligência localizou cativeiros de reféns. A ideia de controlar Gaza, território palestino definido pela ONU em 1948, não é nova. Em maio, ao autorizar a retomada da ajuda humanitária, Netanyahu já havia sinalizado que o controle do território fazia parte de seu “plano de vitória” na guerra.
Em contexto internacional, durante visita de Netanyahu à Casa Branca, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a anunciar propostas para que os EUA controlassem Gaza, transferissem moradores para países vizinhos e construíssem resorts de luxo no local.