O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, telefonou nesta terça-feira (5) para o líder do PL, deputado Sostenes Cavalcante, pedindo a desocupação da Mesa Diretora, ocupada por bolsonaristas em protesto à prisão domiciliar de Jair Bolsonaro.
Sostenes recusou o pedido e exigiu reunião reservada com Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Sessões da Câmara e do Senado foram canceladas diante do impasse.
Ocupação da Mesa e reação dos presidentes do Congresso
Desde o início da tarde de terça-feira (5), parlamentares bolsonaristas ocupam a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados em protesto contra a ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro na segunda-feira (4). O movimento se estendeu também ao Senado, onde parlamentares exigem que Davi Alcolumbre paute pedidos de impeachment contra Moraes.
O líder do PL, Sostenes Cavalcante, condicionou a desocupação da Mesa a uma reunião presencial e reservada com Hugo Motta e Alcolumbre. Nos bastidores, aliados de Flávio Bolsonaro cogitam permanecer nos plenários durante a noite caso não haja avanço nas negociações.
Como resposta ao impasse, Hugo Motta e Davi Alcolumbre cancelaram as sessões previstas para esta terça-feira. O anúncio ocorreu após líderes oposicionistas informarem que fariam obstrução em protesto à decisão do STF.
Declarações e busca por diálogo
Em nota oficial, Davi Alcolumbre classificou a ocupação como um “exercício arbitrário das próprias razões” e defendeu o respeito ao processo legislativo, pedindo “serenidade” e “espírito de cooperação”. “Precisamos retomar os trabalhos com respeito, civilidade e diálogo, para que o Congresso siga cumprindo sua missão em favor do Brasil e da nossa população”, afirmou.
Durante agenda na Paraíba, Hugo Motta evitou comentar a decisão judicial sobre Bolsonaro: “Decisão judicial deve ser cumprida. Não cabe ao presidente da Câmara estar comentando ou tentando avaliar essa ou aquela decisão. Há um processo. Os advogados falam nos autos, o juiz da mesma forma.”
Em publicação nas redes sociais, Motta anunciou que convocará uma reunião de líderes para discutir a pauta da Câmara, reiterando que a definição das matérias seguirá “com base no diálogo e no respeito institucional”.