Órgãos do governo do Pará e representantes dos setores hoteleiro e imobiliário se reuniram para discutir a criação de novos leitos e a definição de valores para hospedagem durante a COP 30, em Belém.
O encontro buscou alinhar estratégias diante da alta demanda e dos preços elevados nas diárias. Um mapeamento de hospedagens foi realizado para auxiliar as fiscalizações.
Apesar das discussões, o Procon Pará informou que não recebeu denúncias formais de preços abusivos, mas segue monitorando o setor.
Mapeamento e fiscalização de hospedagens
A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) informou, nesta terça-feira (5), que o Sistema de Segurança realizou um mapeamento dos locais disponíveis para aluguel em Belém. O objetivo é apoiar os órgãos de fiscalização no combate à cobrança de valores abusivos nas hospedagens durante a COP 30.
A hospedagem tornou-se um dos principais desafios do evento, já que a demanda supera os atuais leitos disponíveis e os preços elevados geram repercussão. O Procon Pará afirmou que, até o momento, não recebeu denúncias formais sobre preços abusivos, mas orientações e fiscalizações vêm sendo feitas junto ao setor hoteleiro.
Segundo o Procon, ações de orientação foram realizadas nos principais hotéis da capital, reforçando a necessidade de transparência e equilíbrio na definição das tarifas. A Segup, porém, não detalhou as estratégias debatidas, alternativas para novos leitos ou o número de estabelecimentos mapeados e fiscalizados.
Preços elevados e alternativas para hospedagem
Um caso emblemático citado envolve um hotel que, em 2023, operava como Hotel Nota 10, com diárias a R$ 70. Para a COP 30, o local foi renomeado para Hotel COP 30 e aparece na Booking.com com diárias de até R$ 6,3 mil durante o evento.
O proprietário, Alcides Moura, justificou os valores dizendo que seguem o padrão de alta demanda, semelhante ao período do Círio de Nazaré, quando as diárias variam de R$ 350 ou R$ 500 até R$ 5 mil. “Neste momento da COP, todo mundo está procurando Belém. É uma forma do comerciante ganhar dinheiro”, explicou.
No mês passado, o governo lançou uma plataforma oficial de hospedagens. Após mais de um mês em fase de testes, o site foi aberto ao público, oferecendo casas e motéis com diárias a partir de R$ 1,1 mil.
Segundo sindicatos do setor, a região metropolitana de Belém conta com pouco mais de 24 mil leitos, enquanto a expectativa do governo é receber 50 mil pessoas em novembro para o evento da ONU. Entre as alternativas discutidas para ampliar a oferta de leitos estão o uso de cruzeiros, motéis e residências.