O dólar iniciou esta terça-feira (5) em alta de 0,39%, cotado a R$ 5,5280, enquanto investidores analisam a ata do Copom e aguardam o início das novas tarifas dos EUA. A moeda americana fechou a segunda-feira em queda de 0,69%, a R$ 5,5063, e o Ibovespa subiu 0,40%, aos 132.971 pontos.
O cenário é marcado pela expectativa de negociações entre Brasil e Estados Unidos, além da repercussão da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro decretada pelo STF.
Mercado financeiro e indicadores
Na abertura desta terça-feira, o dólar registrou alta de 0,39%, cotado a R$ 5,5280 por volta das 09h. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, teve alta de 0,40% na segunda-feira, atingindo 132.971 pontos. Os acumulados mostram o dólar com -0,69% na semana, -1,69% no mês e -10,90% no ano. O Ibovespa acumula +0,40% na semana, -0,08% no mês e +10,55% no ano.
Investidores acompanham a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a taxa básica de juros em 15% ao ano na última reunião. O documento destacou que as tarifas impostas pelos Estados Unidos podem gerar “impactos setoriais relevantes e incertos”, dependendo dos desdobramentos das negociações entre Brasil e EUA. O Copom ressaltou a necessidade de cautela diante da maior incerteza no cenário externo.
Segundo a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), o tarifaço pode afetar cerca de 10 mil empresas exportadoras brasileiras, responsáveis por empregar aproximadamente 3,2 milhões de pessoas.
Repercussão política e comercial
Às vésperas do início das novas tarifas dos EUA, o mercado observa as tentativas do governo brasileiro de negociar com o governo Trump e monitora possíveis impactos da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro nas relações bilaterais. A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, foi tomada após descumprimento de medidas cautelares pelo ex-presidente.
O presidente dos EUA, Donald Trump, já havia defendido Bolsonaro e classificou seu julgamento como “caça às bruxas”, relacionando a postura do Brasil às novas tarifas. A ordem executiva assinada por Trump prevê tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com início marcado para amanhã (6), alegando ameaça à segurança nacional e à economia dos EUA.
Nesta segunda-feira, o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou que o Brasil entre com consulta na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o tarifaço. O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que agora cabe ao presidente Lula decidir como e quando formalizar a contestação. Caso não haja acordo inicial, o Brasil poderá solicitar um painel de arbitragem na OMC.