O Distrito Federal iniciou a substituição de pinheiros, eucaliptos e palmeiras por espécies nativas em áreas públicas. A medida visa promover a biodiversidade, melhorar a qualidade ambiental e preservar o Cerrado.
O processo ocorre em parques, praças e áreas verdes, com plantio gradual de mudas nativas como ipês, jatobás e pau-brasil. Especialistas acompanham o reflorestamento para garantir a adaptação das espécies.
A decisão busca reduzir impactos ambientais causados por árvores exóticas e fortalecer o equilíbrio dos ecossistemas locais.
Motivações para a troca de espécies
Espécies nativas são mais adaptadas ao clima e solo do Distrito Federal, exigindo menos água e manutenção. Elas oferecem alimento e abrigo para a fauna regional, além de contribuir para a conservação dos recursos naturais. Em contrapartida, pinheiros, eucaliptos e palmeiras-imperiais, por serem exóticas, podem causar desequilíbrios ambientais, competir com plantas nativas e dificultar o crescimento da vegetação local.
Benefícios das espécies nativas
Árvores do Cerrado, como ipês, jatobás e pau-brasil, favorecem a biodiversidade, ajudam na regulação do microclima, retêm água e previnem a erosão do solo. Elas também fortalecem os ecossistemas ao oferecer abrigo e alimento para animais típicos da região.
Desafios e processo de substituição
A substituição ocorre principalmente em áreas públicas, com acompanhamento técnico para garantir o sucesso do reflorestamento. O crescimento das espécies nativas é mais lento e demanda manutenção constante para evitar pragas e garantir a sobrevivência das mudas.
Impactos das espécies exóticas no Cerrado
Segundo Daniel Costa de Carvalho, professor de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília (UnB), espécies exóticas e invasoras prejudicam a flora e fauna nativa. Pinheiros invadem áreas do Cerrado, competem com plantas locais e alteram o solo, dificultando a regeneração natural. Eucaliptos reduzem a umidade do solo, podem secar nascentes e não oferecem alimento para a fauna. Palmeiras-imperiais, embora causem menos impacto em áreas urbanas, competem por água e nutrientes e podem ser substituídas por palmeiras nativas.
Histórico do plantio de exóticas
O plantio dessas espécies foi incentivado nos anos 1970 pelo governo federal, visando a produção de madeira em larga escala. Eucaliptos também foram usados como barreiras contra vento e poeira. A palmeira-imperial, símbolo de status desde o período imperial, foi incorporada ao paisagismo do DF por influência de nomes como Burle Marx.
Espécies nativas recomendadas
Entre as alternativas sugeridas para o Cerrado estão sucupira-preta, pau-pombo, quaresmeira, gonçalo-alves, palmeira-jerivá e landim, que unem beleza e funcionalidade para o bioma.
A substituição, apesar de dividir opiniões entre moradores, visa garantir a sustentabilidade ambiental e a segurança, após acidentes como o ocorrido no Parque da Cidade em 2022.