O Brasil gerou 166 mil empregos formais em junho, conforme dados do Caged divulgados nesta segunda-feira (4) pelo Ministério do Trabalho e Previdência.
O resultado representa uma queda de 19,2% em comparação a junho do ano passado, marcando o pior desempenho para o mês desde 2023.
Apesar da desaceleração, o saldo de empregos com carteira assinada no país chegou a 48,41 milhões ao fim de junho de 2025.
Desempenho do mercado de trabalho e setores
Em junho, a geração de empregos formais desacelerou em relação aos meses anteriores. Em maio, haviam sido criadas 200 mil vagas, enquanto em junho foram 166 mil. Os setores que mais contribuíram para o saldo positivo foram serviços, com 70 mil vagas, comércio, com 50 mil, e indústria, com 30 mil. Todos os cinco grandes setores da economia apresentaram saldo positivo, porém a construção foi o segmento que menos gerou vagas no mês.
Segundo o governo federal, no mês de junho foram registradas 2,14 milhões de contratações e 1,97 milhão de demissões. O resultado de junho é o pior para o mês desde 2023, quando foram abertas 155,7 mil vagas. Em anos anteriores, os resultados variaram: 2020 registrou fechamento de 53,4 mil vagas, 2021 teve a criação de 318,1 mil empregos e 2022 abriu 285,3 mil vagas. Analistas destacam que comparações com anos anteriores a 2020 não são adequadas devido à mudança de metodologia.
Primeiro semestre e regiões
No acumulado do primeiro semestre, o Brasil criou 1,22 milhão de empregos formais, uma queda de 6,8% frente ao mesmo período do ano passado, quando foram geradas 1,31 milhão de vagas. Esse é o menor saldo para o período desde 2023, quando foram abertas 1,03 milhão de vagas. Quatro das cinco regiões do país apresentaram abertura de vagas em junho.
Salário médio de admissão
O salário médio de admissão em junho foi de R$ 2.278,37, indicando alta real em relação a maio de 2025 (R$ 2.253,89) e também frente a junho do ano passado (R$ 2.249,61).
Comparação entre Caged e Pnad
Os dados do Caged consideram apenas trabalhadores com carteira assinada, não incluindo informais, o que os torna não comparáveis aos dados do IBGE, que utiliza a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad).
De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego no Brasil foi de 5,8% no segundo trimestre, a menor da série histórica iniciada em 2012. Especialistas atribuem a desaceleração na criação de empregos a fatores sazonais e à instabilidade econômica global, mas mantêm expectativa de recuperação gradual no segundo semestre.