A divulgação da pesquisa Quaest nesta quarta-feira (16) trouxe alívio ao Planalto, ao mostrar melhora na popularidade do governo após a reação do presidente Lula ao tarifaço imposto por Donald Trump ao Brasil.
Os dados apontam que a aprovação subiu para 43%, enquanto a reprovação caiu para 53%. O episódio das sanções americanas é visto como principal fator para a mudança no cenário político.
Setores antes distantes do governo, como o Sudeste e cidadãos com Ensino Superior, também demonstraram melhora na avaliação.
Impacto das sanções americanas
A pesquisa Quaest revelou que a reação do presidente Lula ao tarifaço anunciado por Donald Trump recebeu aprovação da maioria da população. Monitoramentos internos do governo já indicavam essa tendência, e a pesquisa confirmou a inversão da curva de popularidade. O saldo negativo, que era de 17 pontos, caiu para 10 pontos. O índice de aprovação subiu de 40% para 43%, enquanto a reprovação diminuiu de 57% para 53%.
Segundo interlocutores do presidente, o episódio das sanções atingiu setores que o governo não conseguia dialogar, como o Sudeste, onde 56% desaprovam e 40% aprovam, e entre cidadãos com Ensino Superior e renda entre dois e cinco salários mínimos. Um ministro avaliou que as ameaças de Trump ao setor produtivo criaram um sentimento de unidade nacional, refletindo na popularidade do governo.
Na pesquisa, 79% dos entrevistados acreditam que as tarifas impostas pelos EUA prejudicarão suas vidas, e 72% consideram que Trump errou ao impor as taxas, rejeitando a justificativa de perseguição a Jair Bolsonaro.
Guerra comercial e reações
O Brasil enviou carta aos EUA manifestando indignação e propondo diálogo, mas o governo Trump ainda não sinalizou disposição para negociar. Lideranças políticas como Alcolumbre, Motta e Alckmin defendem a união diante do cenário.
Desdobramentos e repercussões
Análise do cenário político
Felipe Nunes, diretor da Quaest, afirmou que a melhora na aprovação ocorreu entre eleitores moderados e fora das bases tradicionais do governo Lula. Segundo ele, a percepção sobre a economia e o impacto da campanha governamental não tiveram peso significativo na mudança.
Outros fatores em destaque
O episódio Trump é visto como o principal responsável pela recuperação da popularidade, já que não houve grandes alterações na avaliação da situação econômica. O Planalto também avalia que o ex-presidente Bolsonaro pode ter sido usado como “boi de piranha” para ataques ao STF, especialmente diante da atuação do tribunal na regulação das redes sociais.
Declarações e contexto internacional
Donald Trump justificou as tarifas de 50% ao Brasil dizendo: “Estamos fazendo isso porque eu posso”. A medida, a mais alta entre mais de 20 países afetados, entra em vigor a partir de 1º de agosto. Enquanto isso, a região da Rua 25 de Março, em São Paulo, entrou na mira de investigações americanas por ser um grande polo de comércio de produtos falsificados.
Além disso, temas internacionais como ataques em Damasco e o leilão do maior pedaço de Marte encontrado na Terra também ganharam destaque, mas sem relação direta com o cenário político brasileiro.