Uma pesquisa da Quaest indica que 85% dos brasileiros são contra o aumento de deputados federais, aprovado pelo Congresso Nacional. O levantamento ouviu 2.004 pessoas em 120 municípios e mostra que apenas 9% apoiam a medida, enquanto 6% não souberam responder.
A decisão do presidente Lula sobre sancionar ou vetar o projeto é aguardada, com prazo até esta quarta-feira.
Resultados da pesquisa Quaest sobre aumento de deputados
Segundo o levantamento divulgado nesta quarta-feira, a maioria dos brasileiros rejeita a ampliação do número de deputados federais, que passaria de 513 para 531 parlamentares na Câmara dos Deputados. Apenas 9% dos entrevistados se disseram favoráveis à medida, enquanto 6% não souberam ou não responderam.
Além disso, a pesquisa apontou que 53% dos participantes tinham conhecimento da aprovação do aumento pelo Congresso Nacional, enquanto 44% desconheciam a mudança. A proposta, aprovada no início do mês, prevê a criação de 18 novas vagas na Câmara.
Decisão presidencial em pauta
O presidente Lula precisa decidir se sanciona, veta ou se abstém de se manifestar sobre a aprovação do Congresso. Caso não se pronuncie até o fim do prazo legal, a sanção será automática. Auxiliares do presidente indicam que a tendência é pelo veto, embora haja pressões de ministros e líderes para evitar confronto com o Congresso.
Repercussão política e possíveis desdobramentos
Defensores do veto acreditam que Lula ganharia apoio popular ao barrar o aumento de deputados, já que a maioria da população é contrária à medida. Eles destacam que o presidente tem autonomia para decidir e que o Congresso pode recorrer ao derrubar o veto, como já aconteceu em situações anteriores.
O diretor da Quaest, Felipe Nunes, avaliou que um veto poderia beneficiar a popularidade de Lula: “Em uma semana de vitórias políticas por conta da agenda internacional, faria muito bem à popularidade do Lula vetar o aumento de deputados. Resta saber se o governo tem condições de sustentar o custo político com o Congresso”, afirmou.
Uma eventual crise com o Congresso pode impactar a tramitação de projetos importantes para o governo. A pauta é de interesse especial para o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, da Paraíba, estado que seria beneficiado com novas vagas.