O governo brasileiro, por meio do Itamaraty e do vice-presidente Geraldo Alckmin, enviou nesta terça-feira (15) uma carta aos Estados Unidos manifestando indignação com a tarifa de 50% sobre produtos nacionais.
O documento, assinado também pelo ministro Mauro Vieira, foi endereçado ao secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e ao representante Jamieson Greer, cobrando resposta a carta anterior e propondo negociação.
Reação do governo brasileiro
Desde o anúncio feito por Donald Trump no início do ano sobre novas tarifas a produtos importados, o governo Lula intensificou o diálogo com autoridades norte-americanas. O documento enviado destaca que a imposição da tarifa, anunciada em 9 de julho e prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, terá impacto negativo em setores importantes das duas economias.
Segundo a carta, “a imposição das tarifas terá impacto muito negativo em setores importantes de ambas as economias, colocando em risco uma parceria econômica historicamente forte e profunda entre nossos países”.
O governo brasileiro afirma estar pronto para negociar uma solução “mutuamente aceitável” e ressalta a importância de preservar e aprofundar o relacionamento histórico entre os dois países, buscando mitigar os impactos negativos da elevação das tarifas.
Contexto comercial e cobranças
Na semana passada, ao anunciar a tarifa, o presidente americano enviou uma carta a Lula alegando que os Estados Unidos mantêm relação comercial desfavorável com o Brasil. No entanto, dados oficiais mostram que os EUA vendem mais ao Brasil do que compram, em valor agregado.
Na carta enviada a Howard Lutnik e Jamieson Greer, Geraldo Alckmin e Mauro Vieira argumentam que o Brasil acumula “grandes déficits comerciais” com os Estados Unidos tanto em bens quanto em serviços. Nos últimos 15 anos, o saldo negativo para o Brasil chegou a quase US$ 410 bilhões, segundo dados do próprio governo norte-americano.
O Brasil já solicitou aos EUA, em diversas ocasiões, que identificassem áreas específicas de preocupação para avançar nas negociações, mas até o momento não houve resposta formal do governo Trump, conforme membros do governo Lula relataram à GloboNews.