A demanda por cobre está crescendo rapidamente devido à transição energética, mas a oferta pode não acompanhar esse ritmo, dificultando a implementação de tecnologias verdes.
O metal é fundamental para turbinas eólicas, painéis solares e veículos elétricos, além de redes de transmissão. A escassez pode atrasar projetos e comprometer metas climáticas globais.
O papel do cobre na energia limpa
Cobre é essencial para tecnologias renováveis, como turbinas eólicas, painéis solares e carros elétricos, devido à sua alta condutividade elétrica e durabilidade. O metal também é indispensável para a expansão das redes de transmissão de energia, fundamentais para a eletrificação global.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), a demanda mundial por cobre deve atingir 36,7 milhões de toneladas até 2040, um aumento de quase 40% em relação a 2024. Cerca de 45% dessa demanda será impulsionada pela transição energética.
Desafios na oferta e riscos para o fornecimento
A capacidade de mineração e refino enfrenta obstáculos como limitações ambientais, geopolíticas e logísticas. A abertura de novas minas é lenta e pode levar mais de 10 anos, além de depender fortemente do refino na China. O setor também lida com preço instável na Bolsa de Londres (LME), falta de novas reservas economicamente viáveis, pressão por sustentabilidade e infraestrutura precária em países como o Brasil.
Brasil: potencial e obstáculos
O Brasil possui 11,2 milhões de toneladas em reservas conhecidas de cobre, ocupando a 12ª posição global. Em 2024, o país exportou US$ 4,16 bilhões em minérios de cobre, sendo a segunda maior exportação mineral. Apesar disso, o Brasil ainda importa cobre refinado, principalmente do Chile, e depende de infraestrutura deficiente.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, há 13 grandes projetos em andamento no Pará, Goiás, Mato Grosso e Bahia. No entanto, desafios como falta de mão de obra especializada, demanda em queda na China e Europa e exigências de ESG dificultam a expansão.
Soluções e alternativas
Investimentos em reciclagem, desenvolvimento de materiais alternativos e ampliação da capacidade produtiva são estratégias para mitigar riscos. O cobre é 100% reciclável, com 80% do metal produzido ainda em uso, e é considerado um termômetro da economia global.
Especialistas apontam que, caso o cobre não seja suficiente, novas tecnologias menos dependentes do metal serão necessárias. “A transição energética exige planejamento e mineração responsável”, afirma Maria Antonietta Cervetto, presidente da Associação Brasileira do Cobre.