Papa Leão XIV tomou sua primeira medida concreta para enfrentar abusos cometidos pelo clero católico neste sábado (5), ao anunciar novas ações e nomear o francês Thibault Verny como presidente da comissão do Vaticano sobre abuso sexual.
As iniciativas buscam garantir justiça e proteção às vítimas, fortalecendo protocolos e promovendo colaboração com autoridades civis.
Crise de confiança e resposta institucional
Nos últimos anos, a Igreja Católica enfrentou uma série de denúncias de abusos sexuais cometidos por membros do clero, abalando a confiança de fiéis e da sociedade. Os escândalos resultaram em processos judiciais milionários e renúncia de diversos bispos em vários países, comprometendo a autoridade moral da instituição.
Medidas anunciadas pelo Papa Leão XIV
Entre as ações apresentadas, destacam-se a criação de um conselho especial para investigar casos de abuso, a implementação de protocolos mais rigorosos de prevenção e o compromisso de colaboração com autoridades civis. O Papa nomeou Thibault Verny, de 59 anos, arcebispo de Chambery, no sudeste da França, como novo presidente da Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores.
A comissão foi criada pelo Papa Francisco em 2014 e vinha sendo liderada por Sean O’Malley, ex-arcebispo de Boston, que atuava além da idade tradicional de aposentadoria para bispos.
Repercussão e desafios futuros
Organizações de direitos humanos e vítimas de abusos receberam positivamente as ações do Papa, mas destacam a necessidade de acompanhamento constante para garantir a efetividade das medidas. Verny afirmou estar comprometido em aprimorar a proteção adotada pela Igreja e promover o “compartilhamento equitativo de recursos” para que todas as regiões mantenham altos padrões de proteção.
Apesar dos avanços, a comissão enfrentou dificuldades, como a renúncia de membros ao longo dos anos. Em 2023, um influente padre jesuíta e conselheiro do Papa deixou o grupo, alegando preocupações com sua condução. Verny, nomeado membro da comissão em 2022, também liderou iniciativas de proteção na França. O’Malley, agora sucedido, elogiou Verny como “um líder colaborativo comprometido com o avanço da adoção global de proteção e salvaguarda”.