Israel decidiu neste sábado (5) enviar uma delegação ao Catar para negociar um possível cessar-fogo e a libertação de reféns em Gaza. A iniciativa ocorre após o Hamas aceitar proposta de trégua de 60 dias apresentada pelos Estados Unidos.
A delegação israelense deve viajar no domingo, segundo fontes oficiais. O acordo está sendo mediado pelo Catar e pelo Egito, mas detalhes ainda não foram divulgados.
Na sexta-feira (4), o Hamas comunicou que aceitou uma proposta de cessar-fogo de 60 dias com Israel, formulada pelos Estados Unidos. O grupo afirmou estar pronto para iniciar as negociações finais sobre o mecanismo de implementação do acordo. Uma autoridade do Hamas declarou à Reuters que a resposta enviada aos mediadores do Catar e Egito foi “positiva” e pode facilitar a obtenção do acordo.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ter apresentado o texto final para o cessar-fogo. Caso seja aprovado, será a terceira trégua desde o início da guerra, que já dura quase 21 meses. Trump também declarou que Israel concordou com as condições necessárias para finalizar o cessar-fogo, e que o período de 60 dias deverá ser usado para avançar em negociações que buscam encerrar o conflito de forma definitiva.
Até o momento, o governo israelense não comentou oficialmente as declarações de Trump. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tem reunião marcada com o presidente dos EUA na segunda-feira (7), em Washington.
Trump afirmou que pretende ser “muito firme” ao cobrar de Netanyahu um cessar-fogo rápido em Gaza. “Esperamos que aconteça. E esperamos que aconteça em algum momento da próxima semana”, disse Trump a repórteres, acrescentando: “Queremos tirar os reféns de lá.”
A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 de outubro de 2023, após terroristas liderados pelo Hamas invadirem Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo 251 reféns, a maioria civis. Desde então, a campanha militar israelense resultou em mais de 56 mil palestinos mortos, segundo autoridades controladas pelo Hamas. Grande parte do território de Gaza foi devastado, e a maioria da população está deslocada, enfrentando desnutrição generalizada.