Hamas anunciou nesta sexta-feira (4) que aceitou uma proposta de cessar-fogo de 60 dias com Israel, apresentada pelos Estados Unidos. O grupo informou que está pronto para discutir detalhes finais do acordo. A medida ocorre após quase 21 meses de guerra e intensa pressão internacional.
O governo israelense ainda não se pronunciou oficialmente sobre a aceitação do cessar-fogo. O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que espera avanços concretos nas próximas semanas.
Contexto do conflito e negociações
O conflito entre Israel e Hamas já dura quase 21 meses, com milhares de vítimas e uma grave crise humanitária na Faixa de Gaza. A ofensiva militar israelense, iniciada em 7 de outubro de 2023, foi uma resposta ao ataque do grupo palestino, que resultou em cerca de 1.200 mortes e 251 pessoas feitas reféns, a maioria civis.
Desde então, mais de 56 mil palestinos foram mortos, segundo autoridades ligadas ao Hamas, e grande parte do território de Gaza foi devastado. A maioria da população está deslocada, e a desnutrição generalizada é uma preocupação crítica.
Após semanas de combates intensos, o Hamas afirmou ter enviado uma resposta “positiva” aos mediadores do Catar e do Egito, o que, segundo uma autoridade do grupo, deve “facilitar a obtenção do acordo”. Os detalhes da proposta não foram divulgados publicamente.
Repercussão internacional e próximos passos
A aceitação do cessar-fogo pelo Hamas foi recebida com cautela por países e organizações internacionais, que destacam a importância de monitorar o cumprimento do acordo para garantir uma paz duradoura na região.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que apresentou o texto final da proposta e espera que a trégua seja implementada em breve. “Esperamos que aconteça. E esperamos que aconteça em algum momento da próxima semana”, disse Trump a repórteres, enfatizando a prioridade na libertação dos reféns.
Na terça-feira (1º), Trump afirmou que Israel havia concordado “com as condições necessárias para finalizar” o cessar-fogo, e que o período de 60 dias serviria para avançar em negociações para encerrar a guerra definitivamente.
Até o momento, o governo israelense não comentou oficialmente as declarações de Trump. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu deve se reunir com o presidente dos EUA na segunda-feira (7), em Washington, onde o tema do cessar-fogo estará em pauta.