Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais, repudiou ataques pessoais a membros do Congresso Nacional após a circulação de vídeos nas redes sociais, alguns feitos com inteligência artificial, que miravam especialmente o presidente da Câmara, Hugo Motta.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães, apoiou a posição de Gleisi, defendendo o direito dos parlamentares de expressarem suas opiniões. Os ataques ganharam força no fim de semana anterior, com perfis de militância de esquerda classificando parlamentares como “inimigos do povo”.
Reações políticas e contexto dos ataques
Após a divulgação de vídeos anônimos, alguns produzidos com o uso de inteligência artificial, que atacaram o Congresso Nacional e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), Gleisi Hoffmann manifestou repúdio nas redes sociais. “Debate, divergência e disputa política fazem parte da democracia. Mas nada disso autoriza ataques pessoais e desqualificados nas redes sociais contra o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta, o que repudio”, escreveu Gleisi em seu perfil.
José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, reforçou a fala de Gleisi, destacando que a luta política deve ser em favor de princípios e propostas, não contra indivíduos. No fim de semana anterior, militantes de esquerda intensificaram a divulgação de vídeos classificando parlamentares como “inimigos do povo”, tendo Hugo Motta como alvo central.
Em 29 de junho, a Federação União Progressista, composta por União Brasil e Progressistas, publicou um vídeo respondendo a uma peça do PT, acusando o partido de fomentar um discurso de “nós contra eles”.
Desdobramentos e repercussão entre governo e oposição
Na segunda-feira (1º), Hugo Motta respondeu publicamente aos ataques, afirmando que “quem alimenta o ‘nós contra eles’ acaba governando contra todos” e ressaltou que o papel do presidente de qualquer Poder é servir ao país, não a partidos. A declaração veio após a votação que derrubou o decreto do governo sobre o aumento do IOF, rejeitado pela maioria da Câmara.
Na quarta-feira (3), Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do governo no Senado, buscou amenizar a situação e negou envolvimento do governo federal nos ataques, afirmando: “Condenamos qualquer tipo de agressão. Não vem da parte do governo ou de partidos aliados qualquer intenção de agredir o Congresso ou seus presidentes”.
Por outro lado, a oposição aproveitou a polêmica para intensificar críticas ao Planalto. O senador Rogério Marinho (PL-RN) acusou o governo de “afagar com uma mão e apedrejar com a outra”, responsabilizando o presidente Lula e o PT por transferirem responsabilidades ao Legislativo. O líder da oposição na Câmara, deputado Zucco (PL-RS), foi além ao afirmar que o PT “usa inteligência artificial, dinheiro público e uma rede de influenciadores” para atacar empresários e dividir o país. Segundo Zucco, “o Brasil precisa de paz, equilíbrio e responsabilidade. Não de um governo que instiga confronto social para impor sua agenda fracassada”.