A balança comercial do Brasil apresentou superávit de US$ 5,9 bilhões em junho de 2025, o menor para o mês desde 2019, segundo o Ministério da Economia.

O resultado reflete desaceleração das exportações e impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos.

No semestre, o saldo comercial caiu 27,6%, totalizando US$ 30,09 bilhões.

Desempenho das exportações e importações

Em junho de 2025, as exportações brasileiras somaram US$ 29,14 bilhões, com alta de 1,4% na média por dia útil. As importações atingiram US$ 23,57 bilhões, registrando aumento de 3,8% na mesma base de comparação. O saldo positivo de US$ 5,9 bilhões representa queda de 6,9% em relação ao mesmo mês de 2024, quando o superávit foi de US$ 6,32 bilhões.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços destacou que as exportações de soja (US$ 5,36 bilhões) caíram 12,5%, enquanto óleos brutos de petróleo (US$ 3,55 bilhões) recuaram 2,1%. Minério de ferro e açúcares também tiveram queda, de 8,6% e 6,5%, respectivamente. Por outro lado, carne bovina (US$ 1,31 bilhão) e café não torrado (US$ 934 milhões) apresentaram altas de 52,8% e 16,5%.

Principais mercados compradores

A China e Macau lideraram as compras, com US$ 9,94 bilhões (+2,3%), seguidos pela União Europeia (US$ 3,46 bilhões, -14%), Estados Unidos (US$ 3,36 bilhões, +2,4%), Mercosul (US$ 2,25 bilhões, +52,7%) e Associação de Nações do Sudeste Asiático (US$ 1,91 bilhão, -8%).

Impacto do tarifaço dos EUA

O anúncio do superávit ocorre em meio ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em março, tarifas de 25% sobre aço e alumínio entraram em vigor, seguidas por novas taxas em abril, afetando vários países. Para produtos brasileiros, a tarifa ficou em 10%, abaixo dos 20% para a União Europeia e dos 145% para produtos chineses.

No mês passado, os EUA elevaram as tarifas para 50% sobre aço, alumínio e derivados, impactando diretamente o comércio bilateral. Em junho, o Brasil registrou déficit de US$ 595 milhões no comércio com os EUA, resultado de exportações de US$ 3,36 bilhões (+2,4%) e importações de US$ 3,95 bilhões (+18,5%).

Primeiro semestre de 2025

No acumulado do ano, a balança comercial ficou positiva em US$ 30,09 bilhões, uma queda de 27,6% frente ao mesmo período de 2024 (US$ 41,55 bilhões). As exportações totalizaram US$ 165,83 bilhões (+1%) e as importações, US$ 135,77 bilhões (+10%). Analistas projetam superávits mais modestos nos próximos meses, devido à recuperação da demanda interna e à volatilidade internacional.