Lula determinou a seus assessores que diferenciem o enfrentamento jurídico do embate político, diante da disputa envolvendo o decreto do IOF. O presidente orientou ministros e líderes no Congresso a manterem o diálogo aberto para evitar um desgaste maior entre Executivo e Legislativo. Apesar de não procurar diretamente os presidentes da Câmara e do Senado, Lula sinalizou disposição para o diálogo.
Orientação para separar esferas
Ao decidir pela ação para manter o decreto do IOF, Lula enfatizou a importância de distinguir as estratégias jurídicas das políticas. Assessores próximos relataram que ele pediu aos ministros responsáveis pela articulação política que mantenham todas as portas abertas para buscar uma solução menos traumática para a relação entre Executivo e Legislativo.
Segundo um ministro, “O presidente não vai abrir mão de sua autoridade, mas ele pediu que a ala política do governo busque formas de restaurar um bom ambiente institucional”. Outro assessor afirmou que Lula não deve procurar diretamente os presidentes da Câmara e do Senado, mas permanece aberto ao diálogo.
Defesa das prerrogativas presidenciais
O governo reconhece que recorrer ao STF para derrubar decisão do Congresso representa um divisor de águas. A intenção é defender as prerrogativas presidenciais e encerrar o que alguns governistas consideram um processo de interdição política do Congresso sobre o Executivo. Lula solicitou um exame detalhado da Constituição antes de acionar o STF, buscando segurança jurídica para o Executivo.
Implicações e bastidores da disputa
Fontes do governo destacam que um confronto direto entre Executivo e Legislativo é visto como um movimento de “perde-perde”. Há preocupação com o impacto institucional, especialmente porque o tema das emendas parlamentares já está em discussão no STF e, em momentos anteriores, o governo se posicionou a favor do Congresso.
Um interlocutor de Lula ressaltou: “A mesma Constituição que vale para os presidentes da Câmara e Senado, vale para o presidente da República”. O governo busca evitar um agravamento da crise institucional, priorizando o diálogo e a busca por consenso, sem abrir mão de suas prerrogativas constitucionais.