O União Brasil aumentou a pressão nos bastidores do governo federal por mais cargos, especialmente nos Correios e no Banco do Brasil. O movimento ocorre em meio à crise na base aliada do presidente Lula e envolve apoio do ministro Rui Costa.
O partido utiliza o fim do mandato do atual presidente dos Correios, Fabiano Silva, como pretexto para reivindicar o comando da estatal, alegando que ela deveria estar sob controle do partido que lidera o Ministério das Comunicações.
Disputa por cargos estratégicos
O União Brasil intensificou suas articulações para assumir o comando dos Correios e do Banco do Brasil. No caso dos Correios, o partido argumenta que o término do mandato de Fabiano Silva, previsto para agosto, seria o momento ideal para substituir o atual presidente, indicado por alas do PT e por Marco Aurélio Carvalho, do Grupo Prerrogativas. O apoio do ministro da Casa Civil, Rui Costa, reforça a movimentação para a troca de comando.
Além disso, há pressão por mudanças na gestão dos Correios, incluindo demissões de funcionários, algo que a atual administração resiste em realizar. Fabiano Silva já teria sinalizado a interlocutores que não pretende renovar seu mandato após agosto.
No Banco do Brasil, a atual presidente Tarciana Medeiros é elogiada por sua atuação e mantém boa relação com Lula, mas partidos do Centrão, especialmente o União Brasil, estão de olho na vaga. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), também pressiona pela saída de Alexandre Silveira (PSD) do Ministério de Minas e Energia.
Crise na base aliada e negociações
Na semana passada, durante o auge das tensões entre partidos aliados e o governo federal, Lula conversou diretamente com Antônio Rueda, presidente do União Brasil, em busca de solução para o impasse. Apesar de comandar três ministérios — Comunicações, Integração e Desenvolvimento Regional e Turismo —, o partido ainda não garante apoio consistente às pautas prioritárias do Planalto.
A disputa por cargos estratégicos evidencia a instabilidade na base aliada e a dificuldade do governo Lula em consolidar maioria no Congresso, mesmo após ceder espaços importantes a partidos como o União Brasil.