O mercado financeiro diminuiu pela quinta semana seguida a estimativa da inflação oficial para 2025, segundo o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (30) pelo Banco Central. A previsão para o IPCA caiu de 5,30% para 5,20%.
As expectativas para o crescimento econômico e para a taxa básica de juros permaneceram estáveis, enquanto outras projeções, como câmbio e balança comercial, também foram atualizadas.
Inflação e metas do Banco Central
A estimativa do mercado para a inflação de 2025 recuou de 5,24% para 5,20%, mantendo-se acima do teto da meta, que é de 4,5%. Essa é a quinta redução consecutiva do indicador. Para 2026, a expectativa de inflação ficou estável em 4,50%, enquanto para 2027 e 2028 as projeções permaneceram em 4% e 3,83%, respectivamente.
Desde o início de 2025, vigora o sistema de meta contínua, cujo objetivo é 3%, sendo considerado cumprido se a inflação variar entre 1,5% e 4,5%. O Banco Central deve calibrar os juros para manter a inflação dentro desse intervalo, observando os efeitos da Selic, que levam de seis a 18 meses para impactar a economia. Atualmente, a instituição já mira a expectativa de inflação em 12 meses até meados de 2026.
Se a inflação permanecer fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida. Nesse caso, o BC precisa enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos. Em janeiro, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, enviou carta a Haddad após o estouro da meta de 2024, atribuindo o resultado à forte atividade econômica, queda do real e extremos climáticos. O BC admitiu que a meta pode ser novamente descumprida em junho deste ano.
Inflação elevada reduz o poder de compra, especialmente de quem recebe salários menores, pois os preços sobem sem que os salários acompanhem esse aumento.
PIB e taxa de juros
A projeção do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 permaneceu em 2,21%. Para 2026, a previsão subiu ligeiramente de 1,85% para 1,87%. O PIB representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve como principal indicador da evolução econômica.
Quanto à taxa básica de juros, a estimativa para o fechamento de 2025 foi mantida em 15% ao ano, mesmo patamar atual. Para o fim de 2026 e 2027, as projeções seguiram em 12,50% e 10,50% ao ano, respectivamente.
Outras projeções econômicas
Em relação à taxa de câmbio, a projeção para o dólar no fim de 2025 recuou de R$ 5,72 para R$ 5,70. Para o fim de 2026, a estimativa caiu de R$ 5,80 para R$ 5,79.
Sobre a balança comercial, a previsão para o saldo positivo em 2025 diminuiu de US$ 74 bilhões para US$ 73 bilhões. Para 2026, a expectativa permaneceu em US$ 78 bilhões de superávit.
A entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil foi mantida em US$ 70 bilhões tanto para este ano quanto para 2026, segundo o boletim Focus.