O Ministério das Relações Exteriores do Irã anunciou nesta segunda-feira (30) a suspensão da cooperação de rotina com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ligada à ONU, alegando riscos à segurança dos inspetores.
A medida foi tomada dias após ataques a instalações nucleares iranianas, atribuídos a Israel e Estados Unidos, elevando a tensão regional.
Motivos para a suspensão
Segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Esmaeil Baghaei, o país não considera razoável manter a colaboração normal com a Agência Internacional de Energia Atômica enquanto houver ameaças à segurança dos inspetores. “Não é razoável esperar uma colaboração normal com a AIEA enquanto a segurança dos seus inspetores está em risco”, afirmou Baghaei.
O anúncio ocorre na esteira de ataques recentes a instalações nucleares iranianas, que o Irã atribui a Israel e aos Estados Unidos. Esses eventos aumentaram a preocupação internacional sobre a estabilidade e a segurança na região.
Reação da AIEA
No sábado (28), o chefe da AIEA, Rafael Grossi, declarou que os ataques causaram danos graves, mas “não totais” às instalações nucleares do Irã. A fala de Grossi contradiz a afirmação do presidente dos EUA, Donald Trump, de que os danos teriam sido completos.
Capacidade de retomada nuclear
Rafael Grossi destacou que, apesar dos danos, o Irã mantém a capacidade de retomar o enriquecimento de urânio em “questão de meses”. “Francamente, não se pode afirmar que tudo desapareceu e que não há nada lá”, disse Grossi, reforçando que parte da infraestrutura nuclear iraniana permanece operacional.
A suspensão da cooperação com a agência da ONU pode dificultar o monitoramento internacional das atividades nucleares iranianas e aumentar as tensões diplomáticas, especialmente entre Irã, Israel e Estados Unidos.
Especialistas acompanham de perto os desdobramentos, já que a transparência do programa nuclear iraniano é considerada fundamental para a estabilidade regional e global.