O governo brasileiro atendeu ao pedido da família e autorizou uma nova autópsia no corpo de Juliana Marins, visando esclarecer as circunstâncias de sua morte durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, em 21 de junho.
A decisão foi comunicada nesta segunda-feira (30) à 7ª Vara Federal de Niterói, após solicitação da Defensoria Pública da União (DPU). O corpo deve chegar ao Brasil nesta terça-feira (1º).
O exame necroscópico será realizado por peritos independentes até seis horas após o desembarque, conforme orientação da DPU, para preservar possíveis evidências.
Solicitação da família e resposta do governo
A família de Juliana Marins solicitou uma nova perícia após divergências nos laudos anteriores sobre sua morte. O governo brasileiro respondeu positivamente, demonstrando compromisso com a transparência e a busca pela verdade no caso. A decisão de atender com urgência os pedidos partiu de uma determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo a AGU.
A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que cumprirá voluntariamente o pedido de nova autópsia, comunicando a decisão à 7ª Vara Federal de Niterói. O procurador-regional da União da 2ª Região, Glaucio de Lima e Castro, afirmou que o governo acompanha o caso desde o início, com atenção e solidariedade, destacando o caráter humanitário da medida.
Detalhes da primeira autópsia e dúvidas levantadas
A primeira autópsia foi realizada em um hospital na ilha de Bali, no dia 26 de junho. O legista concluiu que a morte ocorreu logo após a queda, em razão de traumatismo grave. No entanto, imagens de drones captadas por turistas levantaram dúvidas sobre essa versão, sugerindo que Juliana poderia ter sobrevivido por mais tempo sem socorro adequado. A certidão de óbito emitida pela Embaixada do Brasil em Jacarta não esclareceu o momento exato da morte, motivando a solicitação de um novo exame pericial.
Próximos passos e repercussão
A nova autópsia será conduzida por peritos independentes, com resultados a serem divulgados assim que disponíveis. A Defensoria Pública da União reforçou a necessidade do exame ser realizado em até seis horas após o desembarque para preservar eventuais evidências.
A AGU solicitou uma audiência de urgência com a DPU e o governo do Rio de Janeiro para definir responsabilidades de cada ente federativo. A Polícia Federal já se colocou à disposição para colaborar com o traslado do corpo até o Instituto Médico Legal designado.
Investigações e dúvidas sobre omissão de socorro
A principal dúvida é se houve omissão de socorro por parte das autoridades indonésias, o que poderia resultar em responsabilização civil e criminal. O corpo de Juliana foi retirado da região do vulcão apenas no dia 24, três dias após o acidente. A nova autópsia deverá esclarecer se a morte foi imediata ou se Juliana resistiu por algum tempo sem atendimento.