Mais de 50 países entraram em contato com a Casa Branca pedindo negociações sobre o tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump. De acordo com Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional, os pedidos visam reduzir as tarifas que entraram em vigor em 5 de junho. Essas tarifas afetam mais de 180 países e regiões, incluindo a União Europeia, China, Coreia do Sul e Japão. O Brasil enfrenta alíquotas de 10% sobre suas importações. Trump justifica a medida como uma “declaração de independência econômica”, apostando no fortalecimento da indústria nacional.

O “tarifaço” de Trump foi imposto como parte de uma estratégia para incentivar a produção e a consumação de produtos locais nos Estados Unidos. A administração Trump argumenta que as tarifas ajudariam a criar empregos locais e fortalecer a economia dos EUA. Além disso, as tarifas são vistas como uma forma de negociação para promover o aumento da segurança nas fronteiras. Ainda assim, especialistas apontam para efeitos colaterais, como a pressão inflacionária nos EUA causada pelo aumento dos custos sobre produtos importados.

As tarifas aplicadas pelos EUA se focam principalmente em países com os quais eles mantêm um déficit na balança comercial, como o México, Canadá e China. Desta forma, a expectativa de Trump é melhorar esse cenário de balança desfavorável. Contudo, mesmo com o potencial de arrecadação aumentado, há preocupações com a capacidade das empresas norte-americanas de suprir a demanda interna, o que também poderia influenciar a alta de preços e pressão inflacionária.

Na visão de analistas, um efeito colateral das tarifas pode ser o desaquecimento da economia americana, com riscos de recessão. A inflação elevada pressupõe que o Federal Reserve (Fed) aumente as taxas de juros, o que desafia ainda mais o cenário econômico dos EUA e de seus parceiros. A diminuição da produção e a queda nos lucros das empresas podem ser sentidas, tanto nos EUA quanto em outros países, decorrentes de uma possível desaceleração econômica global. Esse efeito foi percebido já no dia seguinte à implementação das tarifas, com quedas nas bolsas de valores na Europa e Ásia, além de um tombo do dólar.